FILME: Querelle

Sempre que penso em Fassbinder, penso em Almodóvar. Acho o Fassbinder uma versão mais tétrica, mais escura do cineasta espanhol. Essa dureza da imagem deve ser provavelmente fruto de sua origem alemã.


Outra semelhança é que Fassbinder segue sempre, como Almodóvar, por esse caminho torto que é transpor para a tela a visceralidade dos desejos humanos. Para eles nunca é preciso muito pudor, muito decoro. E, francamente, pra quê? É um ato de coragem delatar nossa alma como esses dois cineastas o fazem em seus filmes.


Não vejo muitos estereótipos, pelo contrário, vejo variações na representação dos desejos. Vejo o que veria no obscuro de cada um de nós.

De resto deixo um pedaço do filme:
"Devemos agradecer a Jesus por podermos glorificar a humildade já que Ele a fez como um sinal do divino, a divindade em nosso íntimo mais profundo... para que deveríamos renunciar à violência desse mundo se essa Divindade é para confrontar a violência? Ela deve ser forte se é para alcançar a vitória. A humildade só pode nascer da humilhação. Por outro lado, é apenas vaidade!"


(Arquivo em rmvb, necessita do real player. Legenda embutida)

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