Ghost dog the way of the Samurai, de Jim Jarmusch

"Nosso corpo recebe a vida no meio do nada. Existir onde não há nada é o significado da frase... 'A forma é o vazio '. Todas as coisas serem fornecidas pelo nada... é o significado da frase: 'O vazio é a forma'. Não se deve achar que essas são duas coisas separadas."

Fugir do estereótipo é certamente a melhor forma de se construir um caminho original. Claro que a construção de um universo próprio, esse ponto de vista exclusivo do artista, não se limita apenas a essa manobra dramatúrgica, vai muito além. Penso nesses pontos e penso no quanto é complexa a busca por um olhar próprio do mundo, principalmente quando se tem em mente um desejo de verbalizar através de uma linguagem específica, como a cinematográfica e tantas outras, aquilo que nos inquieta e nos apaixona. Vejo inúmeros cineastas donos de seus próprios estilos, hoje coloco um a mais nessa lista: Jim Jarmushc. Para o cineasta o mundo é longe de ser um padrão social fixo, as coisas são simplesmente uma oportunidade para se constituir enquanto individuo através das inúmeras identificações que podemos ter com aquilo que nos é apresentado. Tudo é fluído. Nada mais libertador! Dono de uma ironia visual, ao ver esse filme percebemos claramente a riqueza de sua linguagem audiovisual e mais essencialmente vemos a diferença daquilo que podemos trabalhar dramaturgicamente na televisão e no cinema. Senti ares de Lynch em sua obra. É um filme pra se ter em mente.

0 comentários:

Postar um comentário