Joseph Beuys



"(...), a dignidade humana está indissoluvelmente ligada à inviolabilidade da pessoa. Quem ferir este princípio estará abandonando a esfera da humanidade. Por outro lado, os sistemas que precisam ser transformados edificam-se sobre as mais variadas formas possíveis e imagináveis de violência. Desse modo, qualquer uso de violência será a expressão de um comportamento que está em conformidade com o sistema; logo, reafirma justamente o que se pretende destruir".

Beuys não tem absolutamente o menor limite na sua tentativa de se pensar um novo mundo, uma nova ordem. Ele não apenas sugere que isso precisa ser feito com extrema rapidez, tamanho o abismo que o atual sistema nos lança, mas propõe formas de se processar/efetuar toda essa - radical - mudança. Sua teoria parte de uma premissa quase espiritual de solidariedade e de direito. É utópico demais, é brilhante! Sobre essa violência que Beuys tanto fala, devo dizer, é uma violência claramente psicológica. Sua cognição acerca do dinheiro reflete um pouco do que Lacan andou inferindo, sobre o caráter simbólico da moeda. Sobre o valor que damos a nós mesmos. Como se esse jogo social, ou contrato social, nos inquirisse o tempo inteiro a pergunta: qual é o meu valor? Pois tudo se tornou mensurável, tudo é senão um produto.
Ao ler Beuys me vem muito à cabeça um outro autor que predisse quase exatamente sobre esses mecanismos do sistema, em particular semelhança com o parágrafo acima, falo de Louis Althusser e seu "Os Aparelhos Ideológicos de Estado". Também uma ótima leitura.

[in: Conclamação à Alternativa]

Sigo na descoberta dos pensamentos desse grande artista...

Christina Hendricks (on Mad Man)

poema #2

o novo:
é o quereres
é selva densa,
espinhos de açucar

Senator Ruth Martin e Hannibal Lecter

Uma das melhores cenas que já vi!

Tramas!

Agent Starling e Deborah Morgan lidam exatamente da mesma forma com seus respectivos pais. Pais que tiveram um passado similar. Homens que tiveram a responsabilidade de definir a personalidade e o destino dessas personagens. Personagens que criaram grandes tramas psicológicas. Não consigo deixar de pensar na importância que essa relação tem ao definir ações dramáticas. Parece que as boas idéias nascem de pequenos princípios e crescem ao se deixarem envolver por grandes pesquisas.

Referência de animações sobre Consumo Sustentável






'Will & Grace' EW.com Reunion

Luiz Fernando Carvalho

“A função do diretor é criar acontecimentos diante da câmera, para que depois ele filme.”

“A minha motivação no cinema é a passagem de um estado para outro. A cada instante preparar o espectador, como um pintor escolhe e mistura as suas cores, ou como um músico, ou como um pajé que reúne suas folhas para depois extrair delas um conjunto de sensações.”

“Além de fundar a narrativa, a linguagem é também um instrumento que, com o seu rigor, desorganiza um outro rigor, o das verdades pensadas como irremovíveis. Linguagem é a mesma coisa que necessidade.”

“O paradoxo de um filme reside no fato de só ser cinema no exato momento de seu começo, na tela ainda em branco. E permanece em branco quando nada ainda foi projetado na sua superfície. O que faz com que um filme seja cinema, que a linguagem visual de um filme seja cinema, é também uma espécie de ritual prévio que traça o espaço da consagração das imagens, e isso é justamente a imaginação. A imaginação precede a criação das imagens.”

“Tem um pensamento do Paul Valéry que eu acho maravilhoso, que é: como apreender emoções sem o tédio da comunicação? É isso que me interessa!”

“Depois que você atinge um conhecimento e uma segurança da gramática cinematográfica, você consegue perceber um pouco mais a função, a dramaturgia, e, principalmente, a emoção de cada lente. Você começa a se soltar e a se oferecer a esse olho, ele passa a ser um prolongamento seu.”

“O artista trabalha no imponderável, numa zona de mistério e de queda o tempo inteiro, ele está sempre morrendo e nascendo. Eu sei que cada obra vai exigir isso de mim, que eu morra e nasça dentro dela mesma, para escobrir como contá-la.”

“Eu não me preocupo com ibope. Tenho que pensar numa força maior do que isso, que se chama comunicação. Então, quando eu estou trabalhando, estou sempre tentando chegar à essência dela, na minha essência. Eu me exponho muito nos meus trabalhos, eles falam por mim de uma forma muito melhor. Então quando eu faço o processo de busca para um trabalho, que é como uma escavação, eu procuro saber se eu estou conseguindo passar primeiro para mim e por mim aquela informação, aquele sentido, aquele signo, aquele sinal.”

“O Brasil é múltiplo, multifacetado e imenso, todo mundo sabe. O que é um bom tempo pra você em termos atmosféricos, aqui no Rio, é um péssimo tempo para o sertanejo. O sertanejo abre a janela, vê as nuvens carregadas, o céu pesado, e fala: ‘Que lindo dia!’”

De Luiz Fernando Carvalho: "Afinal, O que Querem as Mulheres?"

Filme: "Eu matei a minha mãe"



Xavier Dolan tinha apenas 17 anos quando escreveu, dirigiu e atuou em seu primeiro longa metragem, "Eu matei a minha mãe". Filme autobiográfico, curioso, às vezes cansativo, às vezes bem humorado, intrigante. Uma boa oportunidade de se olhar através do buraco da fechadura da mais primitiva e complexa relação humana: mãe e filho. Recomendo! [Cine Belas Artes e Unibanco Arteplex]